A floresta amazônica é uma vasta área de selva, em grande parte inexplorada, e representa hoje a região com a maior biodiversidade do planeta, cheia de plantas e árvores e repleta de animais de todos os tipos e tamanhos – incluindo muitos desconhecidos para a ciência.

É também a maior floresta tropical do mundo, abrangendo mais de 5.500.000 km² no norte da América do Sul, principalmente no Brasil, mas também em partes do Peru, Colômbia e seis outras nações. É chamada de floresta tropical devido às suas condições de chuva.

Porém, embora já exista há 50 milhões de anos, a floresta amazônica está agora sob a ameaça de atividades humanas, incluindo incêndios devastadores para limpar áreas para a pecuária e agricultura, bem como a mineração de petróleo e gás, cobre, ferro e ouro.

Como a devastação da maior e mais rica floresta tropical do mundo impacta a economia brasileira e mundial?

O problema em números

Um estudo publicado recentemente pela revista acadêmica internacional Nature Sustainability fez uma análise aprofundada sobre a economia da Amazônia em 2018. Realizada por economistas e engenheiros agrícolas, a pesquisa constatou que o benefício econômico da Floresta Amazônica, se conservada, seria de US $ 8,2 bilhões ao ano apenas com a produção de produtos como borracha e madeira.

O estudo levou muitos aspectos em consideração. Analisou os benefícios financeiros de indústrias sustentáveis na Amazônia, como a produção de seringueira e a castanha do Brasil. Ele também descobriu que derrubar a floresta tropical teria impactos significativos nas economias a longo prazo, reduzindo as chuvas e podendo custar US$ 422 milhões em perdas anuais para a agricultura.

O impacto das queimadas

Nos últimos meses, a região amazônica foi atingida por milhares de incêndios que, juntos, limparam mais de 7.400 milhas quadradas de floresta tropical no Brasil. Cientistas dizem que a recente onda de incêndios levou os esforços de leis anti desmatamento de volta à estaca zero.

No final de junho de 2020, firmas de investimento global que representavam cerca de 3,7 trilhões em ativos para o mercado nacional enviaram cartas às embaixadas brasileiras ao redor do mundo dizendo que estavam muito preocupadas com a situação ambiental da Amazônia queriam discutir as estratégias que estavam sendo tomadas pelo país para conter a crise.

Em julho do mesmo ano, os chefes de várias firmas financeiras brasileiras solicitaram ao governo que tomasse medidas concretas para controlar o desmatamento. Toda essa pressão interna e externa é sinal de que, principalmente para o Brasil, que abriga a maior parte da floresta amazônica em seu território, um colapso da floresta tropical terá implicações financeiras que vão além da perda de matéria prima, além de manchar a imagem do país internacionalmente.

Desmatamento favorável?

Dados levantados durante as queimadas na Amazônia mostraram que, embora o bem-estar melhore rapidamente durante o desmatamento, esse boom socioeconômico tem vida curta. Além disso, uma região que está sendo desmatada atrai migrantes ávidos por ganhar dinheiro rápido ou montar uma fazenda. Nem todos eles saem depois que a floresta é cortada, então, depois que a onda de desmatamento passa por uma comunidade, ela fica mais povoada do que antes.

Pesquisadores afirmam que o boom se deve provavelmente a uma série de fatores, incluindo melhores estradas e, portanto, melhor acesso à saúde e escolas. Por um curto período, a comunidade se beneficia dos recursos naturais da floresta e ganha dinheiro com a madeira e as fazendas que são instaladas nas terras desmatadas. Mas o solo é rapidamente degradado, tornando a agricultura e a pecuária insustentáveis.

Os riscos reais do desmatamento

Cientistas que estudam a Amazônia temem que o desmatamento possa levar a floresta tropical a um “ponto de inflexão” ecológico no qual todo o ecossistema entra em colapso. Isso poderia prejudicar as economias regionais e causar a perda de muitas espécies indígenas.

A floresta tropical traz chuvas para a América do Sul, e grande parte do continente ficaria mais quente e seco se grandes porções dela fossem destruídas. A mudança para um clima mais árido devastaria as vastas áreas agrícolas mais ao sul; partes da América do Sul se tornariam efetivamente impossíveis de viver.

O declínio da floresta amazônica também pode afetar o clima global, embora os cientistas não tenham certeza de como. No mínimo, os padrões de chuva na América do Norte, Europa e África mudariam.

O valor biológico da Amazônia para o planeta

A floresta amazônica armazena uma grande quantidade de carbono em sua vegetação e solo. Se a queima da vegetação liberasse todo esse carbono na atmosfera, os esforços para limitar a mudança climática reduzindo as emissões de dióxido de carbono dos veículos motorizados e processos industriais se tornariam inúteis.

Dado o grande número de plantas e animais que ali vivem, a floresta amazônica tem um valor biológico e ecológico incalculável. É o lar de cerca de 390 bilhões de árvores e mais de 16 mil espécies de plantas e milhões de espécies animais.

Entre os animais que vivem na floresta tropical estão alguns dos pássaros mais raros do mundo, centenas de espécies de macacos, felinos gigantes como onças e panteras negras e criaturas incomuns como antas e capivaras. É também o lar de crocodilos, lagartos, cobras gigantes como a anaconda, anfíbios, como os famosos sapos venenosos, e também os raros botos rosa e peixes como pirarucus e piranhas.

Todas essas espécies e milhares de outras podem ser perdidas se a floresta amazônica entrar em colapso.