Os Estados Unidos acusaram a China de “distorcer o campo de atuação” ao utilizar “práticas comerciais desleais”, tais como tratamento preferencial para empresas estatais.

Enquanto isso, a Austrália afirmou que o comportamento do país é “inconsistente” com seus compromissos com a OMC.

A China disse que estava empenhada em aprofundar as reformas e abrir sua economia.

As revisões da OMC são normalmente bem rotineiras. Mandatadas nos acordos da organização, as políticas comerciais dos países membros são examinadas e avaliadas em intervalos regulares.

Para os países mais proeminentes, como a China, isso acontece a cada dois anos.

Em dezembro deste ano, a China fará 20 anos desde que aderiu à OMC, mas os críticos dizem que as reformas no mercado do país têm sido inadequadas.

Regras comerciais “testadas”

Na revisão da OMC em Genebra, a Austrália disse que a China havia se beneficiado “significativamente” desde que aderiu à OMC, mas argumentou que não estava agindo de forma justa.

Nos últimos 18 meses, a China impôs restrições a muitas exportações australianas, incluindo de cevada, carvão, açúcar, vinho e carne bovina.

“A China tem testado cada vez mais as regras e normas do comércio global, envolvendo-se em práticas que são inconsistentes com seus compromissos com a OMC”, disse o governo australiano em uma declaração.

“Ao minar as regras comerciais acordadas, a China também mina o sistema comercial multilateral do qual todos os membros da OMC dependem”.

As tensões entre a Austrália e a China atingiram seu nível mais alto em décadas, em parte desencadeadas pelo pedido da Austrália de um inquérito internacional sobre as origens da pandemia do coronavírus.

EUA também fazem críticas

Os EUA foram igualmente críticos. David Bisbee listou o que ele chamou de “práticas comerciais desleais” da China, incluindo tratamento preferencial para empresas estatais, restrições de dados, aplicação inadequada dos direitos de propriedade intelectual e roubo cibernético.

“Também não podemos ignorar os relatos do uso de trabalho forçado da China em vários setores”, afirmou Bisbee, em uma aparente referência às alegações de que Uighurs estaria sendo submetido a campos de trabalho forçado em Xinjiang.

Fontes comerciais disseram à agência de notícias Reuters que a Grã-Bretanha, Canadá,  União Europeia e Japão também pediram reformas para tornar a segunda maior economia do mundo mais livre e aberta.

O Ministro do Comércio da China, Wang Wentao, disse na reunião: “desde a última revisão, a China tem permanecido comprometida em aprofundar a reforma, expandir, abrir e fazer crescer sua economia aberta em um nível mais elevado”.

“A China vem reforçando a proteção da propriedade intelectual por meios legislativos, administrativos e judiciais, e cumprindo suas obrigações em relação à transparência”.