O cheque especial é o “presente de grego” que muitos bancos “dão de presente” aos seus clientes para que possam fazer pagamentos em momentos de emergência. É comum ouvirmos relatos de pessoas que entraram em uma bola de neve de dívidas por causa dele.

Você é uma dessas pessoas? Não? Mesmo assim, te convidamos a saber um pouco mais sobre o cheque especial e os riscos de cair nele. Boa leitura!

Afinal, o que é cheque especial?

Quando o usuário de um cartão de débito tenta passar uma compra mas não possui saldo em conta, um valor adicional, já pré-aprovado pelo banco, pode ser “emprestado” para o cliente finalizar a compra.

O problema é que esse empréstimo costuma vir acompanhado de taxas de juros altíssimas. Em 2020, o Banco Central limitou aos bancos a cobrança de, no máximo, 8% de juros ao mês e 150% ao ano. Antes disso, o acúmulo anual de juros no cheque especial chegava ao valor exorbitante de 400% — o que era muito abusivo (na verdade ainda é).

Já que o cheque especial está geralmente atrelado a uma conta corrente, às vezes o usuário utiliza todo o seu saldo em compras e não se dá conta de que já caiu no cheque especial e só percebe quando recebe uma notificação nada animadora do banco.

Apesar dele ser uma ferramenta para ajudar quem precisa de uma forcinha na hora da emergência, ele se parece mais com “um presente de grego” por conta das taxas de juros.

Por que os juros são tão altos?

O motivo principal para os juros serem tão elevados têm relação com o risco que os bancos correm ao disponibilizar esse “empréstimo” pré-aprovado. Quer dizer, quando você solicita um empréstimo pessoal, por exemplo, a instituição financeira primeiro verifica se você tem dinheiro para pagar as parcelas, se é bom pagador, e por aí vai…

Agora, quando ele não faz essa consulta — que é o caso do cheque especial —, a única forma que o banco tem de se proteger é por meio da cobrança de juros bem elevados — não que isso justifique os abusos cometidos por essas instituições.

Portanto, os bancos cobram juros altos pois precisam de uma garantia de que receberão alguma coisa em troca do “benefício” oferecido por eles.

O que fazer para não cair no cheque especial?

Em primeiro lugar, o ideal nem seria recorrer ao cheque especial. Quer dizer, seria melhor fazer um planejamento financeiro para prevenir esse tipo de situação. Apesar disso, caso não tenha escolha, troque o cheque especial por outro tipo de empréstimo… Daqueles que você precisa de aprovação mesmo.

Com isso, você pagará juros bem menores, se comparado aos do cheque especial. Ou seja, troque uma dívida maior por uma menor.

Mas, sempre que puder, não recorra a nenhum tipo de empréstimo para pagar dívidas. O ideal é organizar as finanças por meio do planejamento financeiro.

Quais as melhores alternativas para quem precisa de dinheiro?

Existem diversas possibilidades para quem precisa dar uma respirada. Uma alternativa seria procurar aumentar a renda. Pode ser por meio da venda de doces, bolos, talvez algum serviço que você possa oferecer aos seus vizinhos e conhecidos… 

O mais importante é pensar em fazer mais dinheiro.

Agora, caso a dica acima não funcione para você, existem possibilidades mais práticas, como pedir um empréstimo a um parente próximo — não é garantia que funcione, nem que seja a melhor solução.

Uma outra, que já foi citada, é pedir um empréstimo pessoal. Ou, caso seja funcionário público, pensionista ou aposentado, recorra ao empréstimo consignado. Com ele, o valor da parcela será descontado diretamente da folha de pagamento, além dos juros serem bem menores, justamente porque o risco de calote é bem reduzido.

Essas foram algumas sugestões. Obviamente, existem outras. De qualquer forma, fique bem atento aos seus gastos com o cartão de débito, olhe com atenção o seu extrato, e não fique no cheque especial por muito tempo. Isso é uma grande cilada.

E se eu não pagar a dívida, o que acontece?

Quando você não paga a dívida do cheque especial, mais juros se somam à quantia devida, além da possibilidade do banco aplicar uma multa em cima do total da dívida. Tudo isso cria o efeito bola de neve, que faz com que a dívida seja impossível de ser quitada.

Depois disso, o seu nome vai ser inscrito nos serviços de proteção ao crédito — como qualquer outro tipo de débito — e após 5 anos, o seu nome será removido da lista dos inadimplentes.

Apesar da dívida caducar nesse espaço de tempo, vale lembrar que a sua dívida permanece, ou seja, você ainda tem que pagá-la juntamente à instituição credora. Uma opção interessante é renegociar a dívida. Dessa forma, você terá mais chances de sair do ciclo de dívidas intermináveis do cheque especial.