O conglomerado de empresas japonês Toshiba confirmou seus planos de dividir a companhia em três negócios separados.

A Toshiba afirmou que as três empresas estariam focadas em infraestrutura, semicondutores e dispositivos.

A empresa tem sofrido pressões crescentes de investidores para fazer mudanças desde um escândalo contábil em 2015.

Esta semana, a gigante norte-americana General Electric anunciou uma estratégia semelhante que fará com que a companhia histórica seja desmembrada.

Grandes mudanças

O plano da Toshiba prevê o desenvolvimento de dois negócios principais — sua unidade de energia e infraestrutura, bem como a unidade de dispositivos e armazenamento.

Depois que essas empresas forem desmembradas, a Toshiba continuará a deter uma participação de 40,6% na Kioxia, fabricante de chips de memória, bem como outros ativos.

Ela espera concluir a reorganização até o segundo semestre de 2023.

O objetivo da mudança é aumentar as avaliações do mercado de ações dos diferentes negócios da Toshiba depois de enfrentar a pressão dos acionistas.

Mas alguns analistas estão preocupados com o tempo que levará até essas mudanças.

“A mudança está na direção certa, mas parece lenta”, disse Atul Goyal do banco de investimentos Jeffries, que teria preferido de três a seis meses para que todas as alterações sejam concluídas.

“2023 está longe e não temos certeza do que mais vai mudar entre hoje e a data estabelecida”.

A Toshiba é uma das mais antigas e maiores empresas do Japão, com divisões que vão desde a produção de utensílios domésticos eletrônicos até as usinas nucleares.

Entretanto, a empresa tem enfrentado mudanças profundas nos últimos anos ao lidar com as consequências de um escândalo e enormes perdas ligadas à sua unidade nuclear americana.

Em 2015, o então chefe executivo e presidente Hisao Tanaka renunciou depois que a Toshiba havia declarado que os relatórios dos lucros da empresa foram exagerados em mais de US$1 bilhão.

Em abril deste ano, o grupo britânico de private equity, CVC Capital Partners, fez uma oferta de compra não solicitada de US$20 bilhões pela Toshiba.

Uma semana depois, o chefe executivo da empresa, Nobuaki Kurumatani, renunciou em meio a controvérsia sobre a oferta.

A Toshiba rejeitou então a oferta da CVC, o que enfureceu alguns acionistas.

Em junho, uma revolta dos acionistas fez com que o presidente Osamu Nagayama fosse afastado de seu cargo.

Desmembramento de conglomerados

Na terça-feira, o conglomerado americano General Electric anunciou que iria se dividir em três empresas distintas.

A companhia declarou que vai desmembrar seus negócios do ramo da saúde no início de 2023 e fundir as dos setores de energia renovável, fóssil e unidades digitais em uma empresa que será dividida no ano seguinte. Por último, será a vez da fabricante de motores a jato, GE Aviation.

A mudança marca a separação de um fabricante icônico que foi fundado por Thomas Edison. Ela se tornou um império comercial em expansão que já chegou a ser a empresa mais valiosa do mundo.