Existem muitas dúvidas quando se fala em educação financeira para crianças, por isso, geralmente, este tende a ser um assunto tabu entre as famílias brasileiras. Porém, é importante desde cedo ensinar ao seu filho a se relacionar de maneira saudável com o dinheiro, uma vez que isso fará dele um adulto responsável financeiramente.

É a partir do conhecimento absorvido na infância que se formam as principais ideias a cerca do dinheiro e do consumo. Além disso, quando uma pessoa é capaz de planejar e organizar a sua vida financeira, o alcance das metas e objetivos se torna mais fácil. Logo, a educação financeira ajuda no desenvolvimento emocional, em especial quando se fala em autocontrole.

Então, o momento é agora de começar a falar sobre dinheiro com os pequenos. É claro que você deve levar em consideração cada fase da vida do seu filho, fazendo abordagens adequadas. Em todo caso, confira abaixo as 5 dicas de educação financeira para crianças.

1 – Estimule a consciência sobre valores

Quando o seu filho consegue tudo o que deseja sem qualquer tipo de esforço, ele cresce sem saber quanto custam as coisas. Afinal, tudo lhe foi dado com muita facilidade, logo nada vai parecer significante para ele. Diante disso, é fundamental que você incentive a criança a ter a consciência sobre os valores, dando a ela a oportunidade de entender o quanto as conquistas são importantes na vida.

Sabendo disso, a dica é começar a trabalhar a seguinte premissa: esforço e recompensa, que é a lógica usada no mercado de trabalho e até mesmo no empreendedorismo. Dessa maneira, você vai agregar valor a todas as coisas e ele passa a compreender que uma vida próspera depende do seu próprio esforço.

2 – Ensine as crianças a comprar o que é útil

Entender o valor é importante na educação financeira para crianças, mas é necessário também que os pequenos sejam capazes de identificar a relevância das coisas. Fazer isso pode parecer algo complicado, mas é muito mais simples do que você imagina.

Portanto, ensine desde cedo dois conceitos para ele:

  • Necessidades básicas – alimentação, saúde, educação e higiene;
  • Necessidades não básicas e que podem ser dispensadas ou adiadas – brinquedos, eletrônicos, idas frequentes ao cinema, dentre outros.

Normalmente, você consegue reforçar esses conceitos através das propagandas infantis de brinquedos, que estimulam o desejo por objetos não úteis. Assim, explique à criança que aquilo não é de fato necessário como parece ser.

3 – Envolva seu filho nas pequenas decisões financeiras

Como saber que os pequenos absorveram os ensinamentos anteriores? Para isso você deve envolver seus filhos nas pequenas decisões financeiras de casa e é possível começar a colocar em prática as lições em uma simples ida ao supermercado.

Portanto, durante as compras, entregue um valor para a criança e proponha que ela faça a escolha de alguns produtos. Porém, reforce que as compras precisam estar dentro da quantia que você entregou a ela. Claro, tudo isso deve ser feito com a sua supervisão! Com isso, você garante não apenas um momento de diversão em família, mas também é uma excelente forma de descobrir se os pequenos absorveram tudo que foi repassado anteriormente.

4 – Mesada como aliada na educação financeira para crianças

Em vários casos, a mesada é o primeiro contato real dos pequenos com o dinheiro e pode ser usada como uma estratégia de educação financeira para crianças. Contudo, é importante que você respeite as particularidades de cada idade e a frequência na qual esse valor será dado.

Quando a criança é muito pequena, ela não está preparada ainda para controlar e lidar com o dinheiro e tem dificuldade de até mesmo entender o objetivo da mesada. Logo, não faz sentido introduzir a mesada nesse momento.

Por esse motivo, a idade ideal para incluir este recurso é a partir de 6 anos, onde o valor deve ser entregue semanalmente. Isso porque a criança não tem muita noção do tempo ainda, logo será difícil administrar a quantia em um prazo maior. Entre 9 e 11 anos de idade, você pode oferecer quinzenalmente e, a partir de 12 anos, mensalmente.

Entretanto, não é apenas entregar o dinheiro e esperar que o pequeno “se vire”. É essencial ajudar o seu filho a se organizar, estabelecer prioridades e fazer o valor durar. Oriente-o mas deixe que ele fique livre para decidir como usar a mesada.

5 – Incentive o hábito de poupar

Mesmo que a criança tenha a liberdade de decidir o que fazer com a mesada, é preciso mostrar a ela a necessidade de economizar. Diga que é importante guardar uma parte do valor para a realização de algum objetivo para o futuro.

Por exemplo, se a sua filha quer uma boneca que viu na propaganda de televisão, diga que ela deve economizar para contribuir para a compra do brinquedo. Com certeza ela vai se esforçar para poupar e, quando comprar a boneca, atribuirá mais valor ao brinquedo.

Conclusão

A educação financeira para crianças não precisa ser um tabu. Com dicas simples e apropriadas para cada idade é possível introduzir o assunto facilmente. Com isso, você ajuda no crescimento emocional do seu filho, fazendo com que ele se torne um adulto responsável financeiramente.