A Caixa Econômica Federal foi na contramão de outros bancos e anunciou que irá reduzir os juros do crédito imobiliário, segundo assim alta que foi vista neste setor. A estatal comunicou a diminuição dos juros do financiamento corrigido pela poupança e manteve intacta as demais taxas praticadas em outras linhas.

Após o começo da movimentação da alta da Selic, os grandes bancos realizaram reajustes em suas taxas do financiamento imobiliário. Os últimos aumentos foram percebidos antes mesmo da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que deve aumentar o juro mais uma vez em breve.

No Santander, Itaú e Bradesco, por exemplo, as taxas de juros praticadas já são superiores a 8% ao ano mais Taxa Referencial (TR), que se encontra zerada. Já no Banco do Brasil, as taxas praticadas de juros são a partir de 6,85% ao ano mais a TR.

Indo em sentido contrário aos outros bancos, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que a diminuição da linha da poupança é um reflexo da alta da Selic. “Essa foi a primeira calibrada, que faz sentido, visto que nosso spread (diferença entre o custo de captação e o cobrado do tomador na ponta) cresceu. Quanto maior a Selic, maior também é o ganho de toda a instituição financeira que tem a captação barata”, disse ele.

A Caixa Econômica Federal é líder no ranking de liberação de financiamento com recursos da poupança, segundo um levantamento realizado pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Do mês de janeiro a julho, a Caixa foi responsável pelo financiamento de mais de 200 mil unidades, bem distante do Itaú, que ocupa o segundo lugar com pouco mais de 95 mil. Na lista, em seguida, aparece o Bradesco, com quase 77 mil, depois o Santander, com pouco mais de 39 mil e o Banco do Brasil, com cerca de 14.300.

O custo da captação de clientes na Caixa Econômica Federal é muito baixo, então parece que o Pedro Guimarães (presidente do banco público), vai repassar parte deste valor para o consumidor final, diminuindo as taxas”, é o que disse João Augusto, que faz parte da Senso Corretora.

A medida passa a valer a partir do dia 18 de outubro. O corte do crédito imobiliário já havia sido antecipado pelo presidente da Caixa Econômica Federal, porém ficou restrito apenas a uma das modalidades de financiamento que o banco público oferta, que é a de menor risco para a estatal.

Nada foi mudado nas outras modalidades de financiamento

A Caixa manteve intacto os juros cobrados nas demais modalidades de financiamento. Nas linhas tradicionais, os juros são indexados a TR e nas demais corrigidas pela inflação e com juros fixos, em razão da alta da taxa Selic e no índice de preços.

Líder no mercado, a Caixa Econômica Federal trabalha com financiamento habitacional com prazo longo, de até 35 anos, sem contar com a carência de 6 meses para o pagamento da primeira parcela. O banco, além disso, também faz o financiamento de 100% do valor do imóvel retomado em caso de inadimplência do mutuário.

Pedro Guimarães defende a sua gestão

Em meio a várias críticas e uma investigação do Ministério Público em relação a pressão a executivos e empresários que teria acarretado em um imbróglio na Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, aproveitou, durante o anúncio da medida, para realizar um balanço do crédito imobiliário durante a sua gestão.

A carteira habitacional chegou a atingir mais de R$ 500 bilhões, cerca de 5,8 milhões de contratos, o que aponta para um crescimento de 20,4% em comparação ao ano de 2018. Em agosto, o volume contratado com novas operações chegou a R$ 14 bilhões, sendo R$ 9 bilhões com capital da poupança.

Nos últimos 3 anos, foi dado início a mais de 6 mil novos canteiros de obras, movimentando o setor da construção civil e gerando assim mais de 2 milhões de empregos diretos e indiretos, de acordo com Pedro Guimarães.

É preciso avaliar o Custo Efetivo Total para escolher o melhor financiamento

No momento de escolher o financiamento adequado, o consumidor deve fazer uma análise do Custo Efetivo Total (CET), realizando a cotação em várias instituições financeiras e comparando as propostas, bem como os prazos dados.

Quem busca melhores condições do empréstimo pode oferecer uma entrada mais robusta, para assim financiar um valor menor do imóvel com a instituição financeira. De acordo com os especialistas, o ideal é focar em uma instituição financeira em que já se é cliente, visto que o relacionamento contribui de forma direta para conseguir as melhores taxas do mercado.