O Banco Central da Coreia do Sul aumentou as taxas de juros pela segunda vez este ano em meio a preocupações com o aumento dos preços e o maior endividamento por parte das famílias.

O aumento de um quarto de ponto percentual, passando para 1%, foi amplamente esperado pelos economistas.

É o último banco central no mundo a fazer tal movimento, já que os formuladores de políticas monetárias tentam equilibrar a recuperação pós-pandemia e o aumento da inflação.

A Nova Zelândia aumentou as taxas pela segunda vez, depois de meses, na quarta-feira.

“A economia coreana continuou a sua sólida recuperação”, afirmou um representante do Banco da Coreia em um comunicado.

“O Conselho continuará a conduzir a política monetária a fim de sustentar a recuperação do crescimento econômico e estabilizar a inflação dos preços ao consumidor na meta alvo dentro de um horizonte de médio prazo, enquanto presta atenção à estabilidade financeira”, completou.

Outras mudanças no horizonte

O banco também elevou suas projeções de inflação para 2,3% para este ano e 2% para 2022, sugerindo novos aumentos de taxas a serem feitos.

“O Banco da Coreia deixou claro que sua principal prioridade é controlar os riscos financeiros em meio ao aumento dos preços das moradias e do endividamento das famílias. Os últimos dados mostram que ambos continuam a crescer fortemente”, disse Alex Holmes, economista da Capitol Economics.

Em agosto, a Coreia do Sul tornou-se a primeira grande economia asiática a aumentar as taxas de juros desde o início da pandemia de coronavírus.

Foi a primeira escalada nas taxas do país em quase três anos, o que a colocou na vanguarda de um movimento global para retirar os enormes estímulos postos em prática como forma de ajudar a amenizar o impacto da Covid-19 nas economias.

Ao fazer isso, os formuladores de políticas monetárias pretendem manter um controle sobre o aumento dos preços e conter os crescentes desequilíbrios financeiros.

Espera-se que os principais bancos centrais em todo o mundo, incluindo a Reserva Federal dos EUA e o Banco da Inglaterra, tornem as suas políticas monetárias mais restritivas nos próximos meses.

Na quarta-feira, o Banco Central da Nova Zelândia (RBNZ) aumentou sua taxa oficial em um quarto de um ponto percentual, passando para 0,75%.

A segunda alta da taxa do RBNZ em dois meses veio quando o país viu o desemprego cair, e a inflação e os preços dos imóveis saltarem.

Ela também veio como resposta ao governo da Nova Zelândia que revelou seus planos de reabrir as fronteiras e permitir a entrada de estrangeiros no próximo ano.

A mudança flexibiliza as restrições rígidas que têm bloqueado muitos cidadãos e turistas desde que as fronteiras foram fechadas no início da pandemia de Covid-19.