O governo federal divulgou na última quinta-feira (25) um anúncio que trará benefícios significativos para os consumidores de carros populares. Será implementada um corte de impostos para baratear carros populares.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, encarregado de detalhar as medidas, explicou que haverá cortes nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS).

Esses cortes variam de 1,5% a 10,79%. Essa redução de impostos será aplicada aos modelos de carros que custam até R$ 120 mil. 

Logo, a expectativa é que, com essa medida, os preços dos carros populares apresentem uma queda significativa, podendo chegar a cerca de R$ 60 mil em alguns casos.

De acordo com as informações divulgadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva almejava uma redução ainda maior, com preços na faixa de até R$ 50 mil, mas essa proposta se mostrou longe da realidade. 

Variáveis do corte de impostos para baratear carros populares

Conforme explicou Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o tamanho do corte nos impostos, que impactará diretamente os novos valores dos carros populares, dependerá de alguns fatores. 

O fator social, por exemplo, levará em consideração o preço atual do automóvel, ou seja, quanto mais barato ele for, menor será a carga tributária, resultando em um desconto maior. 

Outro fator é o ambiental, ele é proporcional à eficiência energética apresentada, sendo que os modelos menos poluentes terão os maiores descontos. 

Por fim, a medida considerará o fator densidade industrial. Ela está relacionada à quantidade de peças produzidas no Brasil utilizadas no veículo. Assim, quanto mais componentes nacionais, maior será o desconto concedido.

Outras medidas também podem ser utilizadas para que haja o corte de impostos para baratear carros populares.

Quando os preços vão começar a cair?

O Ministério da Fazenda terá um prazo de 15 dias para realizar as devidas adequações fiscais. Esse prazo é contado a partir do dia do anúncio, que aconteceu no dia 15.

O órgão calculará a perda de arrecadação do governo em razão dos descontos liberados para as montadoras e, assim, fará as compensações necessárias no orçamento. 

Após esse período, o governo editará uma Medida Provisória para regulamentar as novas regras e sua entrada em vigor.

Estímulo para a indústria

Além do anúncio relacionado à redução de impostos para carros populares, o governo também divulgou medidas voltadas para o estímulo à indústria. 

Assim, dentre as propostas apresentadas está a adoção da taxa referencial (TR) como taxa de juros para projetos de pesquisa e inovação, o que deve reduzir os custos para as empresas nesses setores. 

Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disponibilizará R$ 4 bilhões em financiamentos em dólar destinados a empresas que trabalham com exportação, o que servirá como uma proteção cambial, segundo Alckmin.

Quais carros vão ficar mais baratos?

Com o anúncio do corte de impostos para baratear carros populares, muitos brasileiros já estão atentos para saber quais automóveis vão ficar mais acessíveis.

O Governo Federal estabeleceu que todos os carros com valor de até R$ 120 mil serão contemplados com a redução de impostos.

Segundo informações do governo, essa medida beneficiará 33 modelos de carros de 11 marcas diferentes

Portanto, ainda não se sabe, mas existe uma grande expectativa de que os carros populares mais baratos passem a custar abaixo de R$ 60 mil. O objetivo do Governo é que haja carros populares na faixa de R$ 45 mil a R$ 50 mil.

Representante da indústria afirma que o setor automobilístico sofre com os juros altos

O presidente da Stellantis, Antonio Filosa, reuniu-se com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad na última semana. Ele afirmou, após a reunião, que o setor automobilístico está sofrendo com a alta dos juros. 

A Stellantis é a empresa controladora de marcas como Fiat, Jeep e Citroen, com uma participação de 33% no mercado doméstico. 

Atualmente, a taxa básica de juros da economia, definida pelo Banco Central para combater a inflação, encontra-se em 13,75% ao ano, o maior patamar em seis anos e meio. 

No entanto, os juros cobrados nos financiamentos de veículos são ainda mais altos. De acordo com o Banco Central, a taxa média praticada pelos bancos nesta linha de crédito foi de 28,6% ao ano em março.