Ficar em casa durante o tempo da pandemia, trabalhando de maneira remota, fez com que profissionais reavaliassem suas prioridades. A convivência com os filhos, a flexibilização de horários e a necessidade de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal fizeram com que muitos padrões fossem revistos.  

 

O sentido da vida pela família e pelo reequilíbrio entre trabalho e vida pessoal

O portal sobre vida profissional do grupo Globo, VoceRH, publicou no dia 22 de dezembro de 2021 uma pesquisa realizada pela Audencia Business School, da França, sobre as consequências da pandemia na vida profissional do trabalhador.

A pesquisa tinha como objetivo estudar a mudança da identidade, ou não, das pessoas durante o período de isolamento social. Para isso, a metodologia empregada foi pedir que as pessoas fizessem anotações diárias sobre o seu dia a dia. A pesquisa foi realizada com 14 pessoas, pais e mães.

Conforme constatado pelo experimento, o início do confinamento foi um período de questionamento para os profissionais. Eles sentiam que a falta de barreira entre o profissional e o pessoal estava afetando o seu bem estar. A principal dificuldade é a falta de limites de horários. Durante todo o tempo os profissionais se mantinham à disposição para a atenção de demandas tanto dos escritórios – ou seja, demandas profissionais, como para demandas dos filhos e da casa (alimentação dos filhos, atenção com brincadeiras, demandas de cozinha, lavar a roupa e etc.). Isto fazia com que o profissional acabasse arcando com horas extras de trabalho, após o fim do horário do expediente normal. As pessoas acabaram relatando mais cansaço e estresse com o trabalho, forçado pelo isolamento, realizado dentro de casa.

Sentimento diverso do cansaço e do estresse foi sentido pelos profissionais que tiveram suas rotinas de trabalho diminuídas ou suspensas com o início do isolamento e do trabalho remoto ou em home office. Para esses, o sentimento era de vácuo e ausência. Outro sentimento era o de perda de sua identidade profissional. Houve ainda profissionais que perderam seus empregos com o início da pandemia. Para essas pessoas, o sentimento era de luto – por perder sua capacidade de desenvolver sua identidade e valores profissionais e pessoais, além de raiva e negação da realidade.

No entanto, conforme o estudo da universidade francesa, com o passar do tempo do isolamento e da pandemia o sentimento dos profissionais foi o de reconstrução de suas identidades.

Diante da constatação de que não era possível modificar a situação global, refletiram sobre a necessidade de retomar o controle de suas situações individuais e definirem, por si só, sobre o futuro profissional e pessoal. Outra constatação do estudo foi a de que os profissionais experimentaram a sensação de como era não ter que ceder às pressões sociais. Com isso, começaram a buscar suas próprias identidades e estilos de vida que faziam mais sentido para elas, que lhes pareciam mais autênticos.

Deste modo, tanto para aqueles que perderam o emprego, como para aqueles que tiveram suas rotinas de trabalho modificadas com a mudança na forma de trabalhar, a pandemia foi um momento de repensar a forma de enfrentar os desafios da vida e do trabalho a partir de uma visão sobre o que desejam para o futuro. Isto trouxe como consequência pontos considerados positivos pelas pessoas participantes da pesquisa, como flexibilização dos padrões ideais do trabalho, de maternidade e paternidade, bem como busca por um melhor equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar.  

 

Prioridade na saúde mental e física 

Outra pesquisa apresentada pelo site VoceRH, realizada pela escola Happiness Business School e pela consultoria Reconnect | Happiness at Work (especializadas em felicidade no trabalho) entre maio e julho de 2021, apresenta que os profissionais brasileiros pretendem priorizar a sua saúde mental e física, em detrimento de ganhar mais dinheiro ou mudar de trabalho.

A pesquisa apresentou que 75% dos profissionais se sentem ansiosos com seu trabalho – e que 27% desses profissionais não conseguem relaxar nem mesmo durante o fim de semana.

Os dados refletem, segundo a fundadora da instituição de pesquisa ouvida pelo site, os números globais. Portanto, essa modificação no padrão de comportamento, com a prioridade nos cuidados da saúde mental, reflete uma tendência mundial

Brasil é o país com o maior número de ansiosos no Mundo

Conforme apontou a OMS, no ano de 2019, o Brasil já era, antes da pandemia de Covid-19, o país com o maior número de ansiosos no Mundo. Conforme o estudo, naquele ano o Brasil possuía 18 milhões e 600 mil pessoas com algum tipo de transtorno de ansiedade

Outro dado relevante é sobre a questão de gênero. Segundo a pesquisa, 3,6% dos homens brasileiros apresentavam este tipo de distúrbio. Já entre as mulheres, o número era quase o dobro: 7,7% das mulheres.

Cuidar da saúde mental é o mote da campanha global Janeiro Branco. Se você se sente ansioso ou com algum outro sintoma, procure ajuda de um especialista. Você também pode ler nossas dicas para você entender se está na hora de mudar de emprego clicando neste link

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