A queda nos preços de propriedades chinesas aprofundou os dados oficiais, com os preços das novas moradias vendo seu maior declínio mensal desde 2015.

As novas construções iniciadas em janeiro a outubro também caíram 7,7%, em comparação com um ano antes.

O mercado imobiliário do país tem sido abalado nos últimos meses à medida que o gigante imobiliário Evergrande luta para manter o pagamento de juros sobre suas dívidas enormes.

A China também foi atingida por uma nova onda de casos de Covid e faltas de energia recorrentes.

A queda de 0,2% nos preços das novas casas em outubro foi a maior queda observada no país desde fevereiro de 2015.

Também marca a primeira queda nos preços das novas moradias desde março de 2015.

O sentimento no mercado imobiliário chinês, que responde por cerca de um quarto da atividade econômica do país, tem sido abalado à medida que as grandes imobiliárias lutam para se livrar de dívidas enormes.

O caso Evergrande

O setor passa por um intenso escrutínio à medida que os medos continuam sobre o futuro das empresas, incluindo a gigante imobiliária Evergrande.

Na semana passada, a Evergrande, que está sobrecarregada com uma dívida de aproximadamente US$300 bilhões, evitou o calote no pagamento de juros vencidos no valor de US$148 milhões.

Poucos dias antes de um período de carência de 30 dias para que os pagamentos expirassem, foi vendida uma participação de 5,7% na empresa de mídia HengTen Networks Group por aproximadamente US$145 milhões.

Na semana anterior, o negócio de fabricação de carros da Evergrande vendeu seu negócio de motores elétricos Protean, com sede no Reino Unido, por uma quantia não revelada.

Outros construtores de casas chineses também lutam para arranjar dinheiro para pagarem suas dívidas.

As ações da construtora Fantasia despencaram 50% na semana passada depois da afirmação de que não havia garantia de que seria capaz de cumprir com as demais obrigações financeiras após deixar de pagar US$205,7 milhões em outubro.

E no início deste mês, a negociação de ações do Kaisa Group e três de suas unidades foi interrompida em Hong Kong após um de seus negócios não ter feito o pagamento de um produto de gestão financeira.

Impacto global

A crise no pagamento de dívidas enfrentada pelos gigantes imobiliários chineses havia desencadeado preocupações entre alguns investidores internacionais de que poderia ter um grande impacto nos mercados financeiros no mundo todo.

Entretanto, nas últimas semanas, números mais animadores vieram para ajudar a acalmar esses temores.

Na segunda-feira, o representante do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, disse que acreditava que era improvável que os problemas imobiliários da China provocassem um choque global, pois a quantia de dinheiro devida aos credores fora do país era relativamente baixa.

“Não esperamos que os problemas das imobiliárias chinesas tenham um grande impacto na economia ou nas instituições financeiras do Japão. Também não vemos um risco enorme de que os males provoquem um grande choque global”, disse Kuroda aos líderes empresariais da cidade de Nagoya, no centro do Japão.