A partir da próxima quinta-feira (15) terá início a primeira fase da implementação do open banking. A ferramenta possibilita o compartilhamento de dados cadastrais e transações dos clientes entre as instituições bancárias. De acordo com o Banco Central, a implantação do open banking irá acontecer de forma gradual.

Nessa primeira etapa serão compartilhados dados como nome, endereço, telefone, CPF e data de nascimento. A partir do dia 30 de agosto, será realizada a transação de dados entre as instituições referentes à realização de pagamento de PIX, eventualmente evoluindo para outros serviços e outros arranjos. Então, a partir do dia 15 de dezembro, haverá o compartilhamento de dados de produtos financeiros ligados a:

  • Câmbio;
  • Credenciamento;
  • Seguro;
  • Investimento;
  • Previdência.

Entenda o open banking

O open banking, chamado também de sistema financeiro aberto, é a possibilidade de os clientes permitirem o compartilhamento de dados pessoais e do histórico financeiro entre diferentes instituições bancárias autorizadas pelo Banco Central. Se trata de um serviço que visa simplificar as relações entre os bancos e clientes, padronizando o processo de compartilhamento de dados no Sistema Financeiro Nacional.

De acordo com o Banco Central, o open banking se trata do reconhecimento de que o consumidor tem o controle total dos seus dados pessoais. Assim, ele é a padronização dos processos de compartilhamento de dados e dos serviços financeiros e a possibilidade de fazer entregas de serviços cada vez mais customizados para os diferentes perfis de clientes.

Nos dias de hoje, as instituições financeiras não possuem acesso ao relacionamento do cliente com um outro banco. Com o sistema financeiro aberto, após a permissão do correntista, as instituições se conectam diretamente através de plataformas e conseguem ter acesso aos dados autorizados.

Desse modo, um banco poderá compartilhar com outra instituição financeira se aquele cliente é um bom pagador e se utiliza ou não o cheque especial, por exemplo. Portanto, com a chegada dessa ferramenta, as informações pessoais de um cliente, que são tão preciosas para os bancos, poderão ser utilizadas por outras instituições financeiras, de maneira a favorecer e beneficiar o próprio consumidor.

“Isso vai permitir que os preços dos produtos e serviços caiam. A gente vê que grande parte hoje ainda da composição do spread bancário (diferença entre os juros que os bancos pagam quando você investe seu capital, por exemplo, ao colocar suas economias na poupança e os juros que os bancos cobram quando você realiza um empréstimo ou financiamento) está ligada a conhecer o cliente, a não conhecer as garantias e as qualidades que são oferecidas por parte do consumidor”, explicou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Todos esses processos, segundo o Banco Central, são realizados em um ambiente seguro e a permissão poderá ser cancelada pelo cliente quando desejar.

Autorização será eletrônica

A autorização será realizada de forma eletrônica perante a instituição participante que receberá os dados, a qual terá como dever deixar evidente e claro no documento eletrônico, onde será dado o consentimento, qual a finalidade do compartilhamento, ou seja, qual serviço irá oferecer.

Portanto, o cliente deve prosseguir com o compartilhamento de dados para a instituição apenas caso tenha solicitado o mesmo. Havendo desconfiança da comunicação recebida, o aconselhado é entrar em contato com a instituição que fez o envio da mensagem, buscando sempre os canais oficiais do banco, não os que foram contatos por mensagem.

Lembrando que na solicitação devem ser especificadas as seguintes informações, no mínimo:

  • Identificação da instituição receptora de dados;
  • Período de validação do consentimento;
  • Dados que serão objeto de compartilhamento.

É válido mencionar que o consumidor terá que autorizar a liberação das informações para cada tipo de dado pedido em cada instituição bancária. E, como já dito, a qualquer momento é possível cancelar essa autorização. Inclusive, a instituição financeira deve informar sobre o procedimento de cancelamento e como o mesmo pode ser realizado, que, normalmente, deve ser feito através do aplicativo ou internet banking.

Vantagens do Open Banking

De acordo com o Banco Central, são várias as vantagens geradas pelo open banking. Ele ajudará a incentivar a inovação e o surgimento de novos modelos de negócios que ofertam aos clientes uma experiência fácil, segura, ágil e conveniente. Isso é benéfico para a inclusão e educação financeira da população. Dentre as vantagens:

  • Consumidor no centro;
  • Novos modelos de negócio;
  • Maior transparência;
  • Controle sobre as finanças;
  • Portabilidade de relacionamentos entre instituições bancárias.

“Teremos produtos com valores baixos e produtos mais voltados para as necessidades do consumidor, com preços menores e com inclusão. A gente também acredita que o open banking vai gerar novos modelos de negócios ao longo do tempo e intensificação da concorrência”, finalizou o presidente do Banco Central.