Os membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) chegaram a um acordo histórico que pode reduzir os custos comerciais em £113 bilhões por ano.

Cerca de 67 membros concordaram em reduzir a burocracia em torno de licenças e qualificações.

Os signatários, que incluem o Reino Unido, Estados Unidos, União Europeia e China, são uma minoria dos 164 membros da OMC, mas representam 90% de todo o comércio de serviços.

Finanças, tecnologia da informação, telecomunicações, arquitetura e engenharia estão entre os setores de serviços que mais poderiam se beneficiar com o acordo.

Anne-Marie Trevelyan, a Secretária de Comércio Internacional do Reino Unido, disse que o Reino Unido tem a ganhar por ser o segundo maior exportador de serviços do mundo.

Ela afirmou que o acordo mostrou “exatamente o tipo de cooperação que queremos ver na OMC e demonstra que pode proporcionar regras comerciais adequadas para o século 21”.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) fez uma estimativa de que a implementação de regulamentos mais flexíveis nos países do G20 — as 20 maiores economias do mundo — poderia reduzir os custos comerciais em até 6%.

O Departamento de Comércio Internacional britânico disse que as novas regras tornariam mais fácil para as empresas, em particular as pequenas e médias, “navegar nos mercados estrangeiros e obter autorização para exportar para os outros países”.

“As empresas citam constantemente procedimentos administrativos complexos como barreiras de acesso aos mercados internacionais”, disse o governo do Reino Unido.

“Uma vez que as novas regras estejam em vigor, as empresas poderão esperar que os pedidos de licenciamento sejam processados em tempo hábil, a aceitação de cópias eletrônicas das qualificações pelas autoridades competentes e o fim das taxas absurdas e ocultas”.

“Conquista significativa”

O governo britânico disse ainda que as maiores reduções no comércio ocorreriam provavelmente nas áreas de finanças e tecnologia, o que ajudaria a “garantir que Londres mantenha sua posição como o principal centro financeiro da Europa”.

Miles Celic, chefe executivo do órgão do setor financeiro The City UK, disse que o acordo foi “um passo essencial para remover os tipos de barreiras comerciais mais experimentadas pelos exportadores de serviços”.

Enquanto isso, George Riddell, diretor de estratégia comercial do EY, disse que o acordo foi “uma conquista significativa que tem real valor comercial para os prestadores de serviços em todo o mundo”.

O Fórum Europeu de Serviços (ESF), que representa os interesses dos setores de serviços europeus, recebeu muito bem o acordo anunciado em Genebra, dizendo que havia exigido tal regulamentação por mais de 20 anos.

A OMC, que administra um sistema de regras que rege o comércio global, tem como objetivo colocar as novas regras em vigor a partir de 2023.