O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, o indicador de desempenho da economia do país, teve alta de 1,2% no primeiro trimestre, em comparação com os 3 meses imediatamente anteriores, somando R$ 2 trilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em comparação ao mesmo trimestre de 2020, a alta foi de 1%. Os resultados são acima do esperado no mercado.

A estimativa era de que o PIB do país tivesse sustentado alta de 0,7% no primeiro trimestre ante o período anterior, de acordo com a mediana das projeções realizadas pelas instituições financeiras. Em relação ao primeiro trimestre de 2020, período parcialmente atingido pela pandemia, a alta seria de 0,5%. O intervalo das projeções era maior, indo de zero a alta de 2,4%, o que apontava o grau de incerteza das projeções.

O primeiro trimestre foi marcado pelo recrudescimento da pandemia e a elevação das medidas restritivas em vários locais do Brasil, principalmente em março. Apesar de existir um impacto maior em perdas de vidas, a segunda onda da covid-19 teve um efeito bem menor na atividade econômica, uma vez que progressivamente se adotaram regras menos rígidas de distanciamento social.

Setores – Oferta

Pelo lado da oferta, a indústria teve crescimento de 0,7% no primeiro trimestre deste ano, na comparação ao quarto trimestre de 2020, o resultado foi acima da expectativa de alta de 0,5%. Em comparação ao primeiro trimestre, a indústria teve avanço de 3%.

O setor de serviços ainda se expandiu 0,4% no primeiro trimestre, em comparação ao trimestre anterior. A estimativa média apurada era de que a alta seria de 0,5%. Em comparação ao primeiro trimestre de 2020, se tem uma queda de 0,8%.

Por sua vez, a agropecuária cresceu 5,7%, resultado esse acima da projeção média de avanço de 4,2%. Na série interanual, que compara com o desempenho de igual período de 2020, a alta foi de 5,2%.

Setores – Demanda

Pelo lado da demanda, o consumo das famílias teve uma queda de 0,1% no primeiro trimestre de 2021, em comparação ao quarto trimestre de 2020, feito o ajuste sazonal. Neste caso, a expectativa era de uma elevação de 0,4%.

A demanda do governo, por sua vez, teve um recuo de 0,8% e a formação bruta de capital fixo (FBCF, medida das contas nacionais do que se aplica em construção civil, máquinas e pesquisa) subiu 4,6% no primeiro trimestre, frente ao quarto trimestre de 2020.

A estimativa era de uma alta de 1,1% para o consumo do governo e estabilidade para a formação bruta de capital fixo, medida de investimento dentro do PIB. Em comparação com o primeiro trimestre de 2020, se tem uma queda de 4,9% no consumo do governo e avanço de 17% na FBCF. Por fim, a taxa de investimento chegou 19,4% do PIB no primeiro trimestre de 2021. A taxa de poupança, por sua vez, foi de 20,6%.

Setor externo

De acordo com o IBGE, as exportações cresceram 3,7%, por sua vez as importações tiveram alta de 11,6% no quarto trimestre do ano passado, ante o terceiro. Consultorias e instituições financeiras aguardavam, em média, alta de 3,2% para as exportações e aumento de 7,2% para as importações.

Revisão

O IBGE fez uma revisão do PIB do primeiro e do terceiro trimestre do ano passado, na série com ajuste sazonal. O dado do primeiro trimestre apontou queda de 2,1% para recuo de 2,2% em comparação com o último trimestre de 2019. O PIB do terceiro trimestre de 2020, após revisado, teve alta de 7,7% para 7,8%, ante ao segundo, feito o ajuste sazonal.

Investimentos

Medidas dos investimentos dentro do PIB, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) teve crescimento de 4,6% no primeiro trimestre de 2021, na comparação ao quarto trimestre de 2020, com o ajuste sazonal, apontam os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No quarto trimestre de 2020, a FBCF teve crescimento de 20% sobre o terceiro trimestre. A leitura do primeiro trimestre ficou bem acima da média especulada pelos especialistas, que indicavam para estabilidade nos investimentos na comparação ao trimestre imediatamente anterior.

Em comparação com o primeiro trimestre de 2020, a Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 17%, de acordo com os dados do IBGE. Os investimentos acumularam, desse modo, crescimento de 2% nos 12 meses até março.

Financiamento

A economia fechou o primeiro trimestre com necessidade de financiamento de R$ 60,1 bilhões, uma diminuição de 25,1% ante à necessidade de financiamento de R$ 80,3 bilhões que foi observada no primeiro trimestre de 2020. Os dados apontam Contas Nacionais Trimestrais, divulgadas pelo IBGE.

A principal contribuição para queda da necessidade de financiamento veio da renda líquida de propriedade enviada ao restante do mundo, que passou de R$ 63,2 bilhões nos três primeiros meses do ano de 2020 para R$ 40,5 bilhões em igual período de 2021, uma redução de R$ 22,7 bilhões.