O Pix, sistema de transferência instantânea do Banco Central, é o segundo meio de pagamento mais usado em todo o Brasil, com 70% da preferência dos brasileiros. As informações são da pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), juntamente com o Sebrae.

De acordo com o levantamento, o Pix perde por pouco para o dinheiro em espécie, que atingiu 71% de preferência por parte das pessoas. O cartão de débito surge em terceiro lugar, com 66%, e, em seguida, o cartão de crédito, com 57%.

A preferência do Pix é explicada por mais de 80% dos usuários pela praticidade e rapidez, seguido de evitar ou diminuir o contato físico com máquinas e/ou pessoas, com 34%, e pela segurança, com 32%. Esse sistema é totalmente grátis para pessoas físicas e para pequenas empresas, vantagem citada por 42% das pessoas.

José César da Costa, presidente da CNDL, em nota, disse que essa pesquisa reforça o que os dados oficiais, divulgados pelo Banco Central, apontam para uma rápida aceitação e adesão, com algo próximo de 80 milhões de usuários, e, ainda, com menos de um ano de surgimento e operação.

Pagamento em lojas físicas

Entretanto, a pesquisa também aponta que nas compras em lojas físicas o cartão de débito, com 32%, cartão de crédito, com 30%, e o dinheiro, com 25%, são os meios de pagamentos mais usados. Por sua vez, o cartão de crédito é o meio mais usado para as compras online, com 52%. Já o dinheiro é o meio mais usado para o pagamento de contas de consumo, com 32%.

É possível perceber uma mudança de comportamento do consumidor que está cada vez mais adaptado às inovações de pagamentos pela internet. Porém, também é possível ver que nas negociações nas lojas físicas o cliente ainda prefere fazer uso dos cartões e também do dinheiro”, completa Costa, na nota divulgada.

Com relação ao Pix, especificamente, a aceitação nos estabelecimentos foi a menos citada, com 15%, um fato que é totalmente aceitável e compreensível, dado que o nascimento desta transação ainda é recente, de acordo com a entidade. As empresas que já ofertam, entretanto, contam com esse benefício competitivo com relação as demais.

Tomando o lugar dos TEDs e dos DOCs, transações já conhecidas dos brasileiros, o tipo de pagamento mais citado por meio do Pix, segundo os dados da pesquisa, é a transferência de saldos para amigos e parentes: 88% mencionaram essa finalidade. Os clientes que usam essa novidade também destacam o pagamento de serviços, com 40%, de compras pela internet, com 26%, compras de alimentos, com 18%, restaurantes, com 17% e consultas médicas, com 12%.

O principal benefício do Pix, quando comparado aos tradicionais TEDs ou DOCs, é a instantaneidade e a gratuidade para pessoas físicas. Ainda em temos de pandemia, as entidades dizem que a necessidade de distanciamento social e de evitar o compartilhamento de objetos colocou um ponto de atenção com relação a utilização do dinheiro físico.

Compras pela internet

O lockdown e o crescimento das compras pela internet também tiveram influência na forma de pagamento dos brasileiros. Segundo a pesquisa, 67% dos entrevistados apontaram mudanças nos meios de pagamentos por conta da pandemia, sendo que 45% passaram a fazer mais transações de pagamentos de forma digital, o que inclui a transferência por Pix.

Já 23% passaram a usar mais o cartão de crédito, 21% o cartão de débito e 5% mais dinheiro. Para 33%, não houveram mudanças, neste caso, podendo haver clientes que já adotavam práticas que foram recomendadas durante a pandemia, é o que diz a CNDL.

Considerando os clientes que costumam fazer uso de cartões e carteiras digitais, seja cartão de crédito, cartão de débito, Moip, Mercado Pago, PayPal, PicPay, Apple Pay, Pag Seguro, dentre outros, quase 60% já realizou pagamento por aproximação. A praticidade e rapidez foi a principal razão, citada por cerca de 52% que utilizaram essa tecnologia.

A comodidade de não precisar digitar a senha também é um fator que pesou, mencionada por 39%. Outros utilizaram por curiosidade, como uma forma de testar a novidade, cerca de 38%. Além desses, 31% mencionaram a higiene e o fato de evitar a contaminação por covid-19, 24% quiseram evitar o contato com o dinheiro e 12% mencionaram que acreditam ser mais seguro.

A pesquisa ainda mostrou que o cartão físico foi a principal forma de pagamento por aproximação, sendo ele citado por 91% dos consumidores que já utilizaram dessa tecnologia. Smartphone e smartwatch foram mencionados por, respectivamente, 18% e 4% dos entrevistados também.