Nós já apresentamos aqui no financentro.com o que são os Microoempreendedores Individuais (MEIs), e as vantagens de se constituir uma MEI para quem presta serviços ou oferece algum produto. Para saber mais sobre isso, o link do nosso outro post é esse.

Nesta segunda-feira queremos apresentar para você alguns dados que foram coletados pelo Nubank durante a pandemia com relação às MEIs, e suas características.

 

Como ocorreu a pesquisa

O Nubank realizou a pesquisa analisando o perfil de 3,8 milhões de seus clientes que se declaram como MEIs. Por isso, não se trata de uma pesquisa realizada analisando todas as MEIs do país.

Porém, a base de dados do Nubank é bastante relevante. Primeiro, a análise é qualitativamente interessante. Isto é, por ser uma plataforma de fácil entrada, com pouca ou quase nada de burocracia e sem taxas para a adesão, o Nubank é bem acessível. Seu banco de dados, seus clientes, pode ser um público bastante amplo e variável. Melhor dizendo, pode contar com MEIs de todo o Brasil, e essas MEIs serem constituídas por pessoas de diversos graus de instrução, raça, classe social.

Conforme dados de 2020 divulgados pelo Governo brasileiro, o número de MEIs ativas registradas no Brasil era de 11.262.383. A pesquisa do Nubank, portanto, que leva em consideração o número de 3,8 milhões de MEIs, acaba por analisar o perfil de 33% dessas MEIs. 1 em cada 3 MEIs registradas no Brasil puderam ser analisadas pela pesquisa do Nubank.

Por fim, o período de análise foi de Janeiro de 2014 até Novembro de 2020.

 

O número de novas MEIs teve pico justamente no início da pandemia

Conforme divulga o Nubank, o pico de MEIs que se tornaram correntista do banco ocorreu justamente no mês de julho de 2020. Foi em março do mesmo ano que foram decretadas as primeiras medidas de segurança sanitárias, como os isolamentos sociais e até mesmo os chamados Lockdowns.

O dado apresentado pelo Nubank é corroborado pelo dado apresentado pelo Governo brasileiro. Trazendo um número que tem relação ao total de crescimento do ano de 2020, o Governo brasileiro aponta que, entre 2019 e 2020, o número de MEIs cresceu em 8,4%. 

Foram 2.663.309 novos Microempreendedores Individuais registrados no Brasil no ano de 2020, início da pandemia. Isto corresponde a 79% das novas empresas registradas no ano – foram abertas 3.359.750 novas empresas em 2020, contando com as MEIs.

 

Menos mulheres empreendendo

Os números do Nubank apontam que no ano da pandemia (2020) o número de pessoas que se identificavam como mulher na abertura de novas contas como MEI diminuiu. 

Se em 2013 51,4% das novas MEIs usuárias do Nubank era de mulheres, este número de novas MEIs mulheres, em 2020, foi de 46,8%. O banco conclui, em sua pesquisa, que esta queda está relacionada com o impacto da pandemia maior entre as mulheres, o que fez com que muitas tivessem que abandonar o empreendedorismo.

 

Jovens estão tendo que apelar às MEIs

O número de novos Microempreendedores Individuais jovens vem crescendo desde o ano de 2014, como aponta o Nubank. Em 2014, o número de novas MEIs entre pessoas com menos de 25 anos era de 22%. Em 2015, o número saltou para 26%.

Já em 2020, antes da pandemia, o número era de 27% de novos MEIs era de pessoas com menos de 25 anos. Mas em agosto, já no decorrer do isolamento, o número saltou para 30%.

Não é só a pandemia que é apontada como motor para o crescimento da necessidade de jovens abrirem MEIs.

Um dos outros fatores é a Reforma Trabalhista de 2017, que facilitou contratações de trabalho realizadas de maneira que não pessoal. Embora o direito do trabalho seja uma relação entre empresas e trabalhadores, houve a facilitação para que essa contratação fosse realizada sem direitos trabalhistas. Isto força muitos jovens a ter que formalizarem MEIs para realizar seus ofícios.

Outro fator pode ter sido a necessidade de buscar fontes alternativas de renda com a precarização do trabalho, ou seja, a busca de empreendedorismo como alternativa à perda do trabalho formal – demonstrada também pelo crescimento da taxa de desemprego no país.

 

Aumento de gastos, mas também de poupança

Os dados do Nubank apontam duas atitudes antagônicas nas novas MEIs usuárias da plataforma. 

A primeira, é que os clientes que já eram usuários do banco e se tornaram MEI, acabaram aumentando seus gastos com cartão de crédito, nas categorias serviços, casa e eletrônicos, embora tenham diminuído gastos com transporte e vestuário (ficando em casa?). 

Mas outro achado da pesquisa, por outro lado, é o de que, durante a pandemia, o número de MEIs que usavam a função de guardar dinheiro da plataforma aumentou de 15,1% para 19,1%.

 

Conclusão

Aqui a gente te apresentou alguns dados complementares àquela postagem que a gente tinha feito sobre as vantagens de ser uma MEI (o link é esse). 

Os dados da pesquisa realizada pelo Nubank corroboram que está havendo um crescimento neste tipo de registro, embora o crescimento de trabalhadores informais também seja grande.

Nossa sugestão é que você sempre busque formalizar sua atividade.