A educação financeira é um fator muito importante no desenvolvimento das crianças. Afinal de contas, o dinheiro faz parte da vida em sociedade e os seus filhos precisam aprender a lidar com ele desde cedo. Entretanto, será que vale a pena dar mesada para os filhos?

A verdade é que, quando usada de forma correta, a mesada é capaz de ensinar às crianças e adolescentes sobre como lidar com o dinheiro. Como no Brasil a educação financeira não é uma disciplina, cabe aos pais ensinarem aos filhos sobre como aprender a economizar, estabelecer metas e esperar.

Mas afinal, vale a pena dar mesada para os filhos?

A resposta é sim, pois ensinar as crianças desde cedo a lidar com dinheiro é uma maneira de aumentar as chances de elas se tornarem adultos que sabem cuidar das suas finanças pessoais. Então, ao considerar que hoje boa parte dos brasileiros se encontram endividados, fornecer educação financeira para os seus filhos é um modo de garantir que eles tenham um futuro melhor.

Dessa maneira, ao dar a mesada é possível fazer com que a criança entenda o valor do dinheiro, como lidar com ele, como economizar e até mesmo como ter objetivos. Porém, alguns outros fatores devem ser levados em consideração para que esse recurso seja usado para a finalidade desejada, que é ensinar educação financeira para os filhos. Veja!

Quando começar?

De forma geral, o indicado é que todas as crianças com idade acima de 7 anos recebam algum tipo de mesada ou até mesmo semanada. Entretanto, essa é uma ferramenta que precisa ser introduzida de modo natural, pois cada criança tem seu próprio ritmo e cabe aos pais respeitá-los.

Inclusive, é importante não associar o pagamento desse dinheiro às atividades pelas quais a criança é responsável em casa. Ele precisa cumprir as suas demandas diárias porque elas fazem parte da responsabilidade da família. O sentido do dinheiro, nessa fase, nunca deve ser de “remuneração”.

Em contrapartida, à medida que a criança vai crescendo e transforma-se em adolescente, por exemplo, aí sim é possível considerar remunerar por algumas tarefas mais específicas. Dessa forma, neste caso, o pagamento vai evidenciar a relação entre dinheiro e o trabalho.

Qual deve ser a periodicidade da mesada?

Como visto, vale a pena dar mesada para os filhos, mas outros fatores devem ser considerados para que esse recurso seja capaz de ensinar à criança sobre dinheiro, entrando aí então a periodicidade. O recomendado, normalmente, é que a criança receba o valor em uma data específica. Isso faz com que ela consiga fazer planos com o dinheiro.

Então, sobre qual deve ser a periodicidade da mesada, é necessário considerar a idade ou maturidade da criança. Veja:

  • Até 6 anos – aqui os pais devem dar de forma periódica uma quantia pequena, mas nada fixo. O valor não deve ser alto, apenas alguns trocados para que a criança possa comprar bombons ou picolé, assim ela passa a compreender a relação entre dinheiro e produtos;
  • 6 a 7 anos – nesta fase deve-se estabelecer uma mesada semanal, chamada de semanada, pois a criança ainda não sabe lidar com um futuro muito distante;
  • 8 a 11 anos – aqui elas já compreendem o fator do tempo e a semanada agora deve transformar-se em quinzenada;
  • A partir de 11 anos de idade – a partir dos 11 anos elas são maduras o suficiente para lidarem com um tempo maior, assim o dinheiro deve ser fornecido mensalmente.

Qual deve ser o valor?

Não é possível estabelecer com precisão um valor geral e bem difundindo sobre a mesada para os filhos, já que diversos fatores devem ser considerados e isso pode variar de família para família. Portanto, veja o que analisar para determinar a quantia correta:

  • Padrão de vida – faça uma análise do meio em que a criança está inclusa, pois a mesada precisa arcar com os pequenos gastos da rotina e não deve gerar frustração na criança por não ser capaz de acompanhar os amigos, por exemplo;
  • Destino da mesada – o destino da mesada varia bastante e muda de acordo com a idade das crianças. Quando pequenas, o valor deve ser suficiente para despesas com lazer e brinquedos. Quando estão na adolescência, por exemplo, o dinheiro deve ser voltado para cinema, viagens e até mesmo lanches com namorada ou namorado;
  • Idade da criança – a idade da criança também é um detalhe a se considerar para estabelecer o valor da mesada. Para crianças pequenas, entregue em moedas, assim elas terão a impressão de ser mais dinheiro.

Dicas para dar mesada para os filhos

Por fim, algumas dicas para dar mesada para os filhos corretamente são importantes e devem ser colocadas em prática. Confira:

  • Educação financeira – fale sobre a importância de lidar com dinheiro para que seu filho ou filha seja capaz de realizar os objetivos de curto, médio e longo prazo;
  • Liberdade de escolha – oriente sobre o uso correto do dinheiro, mas deixe que a criança tenha a liberdade de escolha, assim ela entende que o dinheiro é o caminho para algo;
  • Chantagem e troca – a mesada é um recurso financeiro e jamais deve ser usada em chantagens ou para trocas;
  • Hábitos – oriente sobre bons hábitos financeiros, como poupar um valor por mês ao invés de gastar tudo.

Conclusão

Vale a penar dar mesada para os filhos, mas vários fatores devem ser levados em consideração. Afinal, o objetivo é ensinar bons hábitos financeiros para as crianças e aumentar as chances de elas se tornarem adultos responsáveis financeiramente.