A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou a lei “Build Back Better Act” do Presidente Joe Biden, de US$1,9 trilhão, depois de enfrentar oposição ferrenha dos republicanos.

O amplo pacote de gastos sociais e climáticos é considerado um pilar fundamental da agenda do atual presidente americano.

A votação aconteceu após um discurso recorde do líder da minoria Kevin McCarthy, que tinha o intuito de atrasar o procedimento.

A lei agora enfrenta obstáculos significativos enquanto é dirigida ao senado americano.

A Build Back Better Act ampliaria o Medicare, reduziria os custos dos medicamentos prescritos e incluiria financiamento para as crianças em período pré-escolar e garantiria subsídios para o cuidado com as crianças.

Também inclui centenas de milhões de dólares para combater as mudanças climáticas e uma disposição que permitiria ao governo dar visto de trabalho e proteção contra deportação a milhões de imigrantes ilegais no país.

220 votos a favor

A votação de sexta-feira teve 220 votos a favor e 213 votos contra. Apenas um democrata, Jared Golden, do Maine, votou contra.

O plenário da Câmara irrompeu em aplausos assim que a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, anunciou os resultados.

Em uma declaração, Biden chamou o ato de “fiscalmente responsável” e disse que ele iria reduzir o déficit orçamentário dos EUA no longo prazo. “Acima de tudo, ele nos coloca de volta no caminho rumo à reconstrução de nossa economia antes do esperado, reconstruindo a espinha dorsal dos EUA: os trabalhadores e a classe média”, disse ele.

Na quinta-feira, o Escritório de Orçamento do Congresso disse que o projeto de lei aumentaria o déficit orçamentário dos EUA em US$367 bilhões entre 2022 e 2031.

A votação foi adiada na quinta-feira após um amplo discurso de McCarthy, que — com oito horas e 32 minutos — foi o mais longo de todos os tempos no plenário da Câmara.

O recorde anterior era de Pelosi, que em 2018 discursou por oito horas e sete minutos.

O discurso enorme de McCarthy para adiar a votação tocou em tópicos que vão desde os reforços contra a Covid-19, China, a travessia do rio Delaware por George Washington e como são produzidas as mini cenouras.

O projeto de lei agora irá para o Senado, onde enfrentará obstáculos significativos, e onde todos os 50 democratas serão necessários para aprová-lo.

Partes da lei que devem ficar de fora

Partes da lei — tais como quatro semanas de licença remunerada — podem ser cortadas completamente, enquanto outras podem ser alteradas para obter o apoio dos democratas que expressaram preocupação.

Dois senadores democratas — Joe Manchin, da Virgínia Ocidental, e Kyrsten Sinema, do Arizona — não se comprometeram a votar a favor.

Falando aos repórteres após a votação, os democratas descartaram as preocupações sobre a discordância no Senado. “O que quer que saia do Senado, estaremos trabalhando em conjunto com eles para que tenhamos um acordo”, afirmou Pelosi. “Não tenho nenhuma dúvida. A maior dificuldade era conseguir o projeto de lei lá”.

Se for alterado, será enviado novamente para a Câmara dos Deputados.