É comum imaginar que economia e entretenimento são conceitos opostos, que se excluem mutuamente. Quando a situação financeira aperta, imaginamos que não mais seremos capazes de manter hábitos que nos divertem.

Por considerar a diversão como um aspecto supérfluo, dispensável do nosso dia-a-dia, imediatamente nos viramos para os investimentos nos hábitos que nos divertem e os encaramos como itens a serem eliminados em prol da economia. Porém, a verdade é que o entretenimento é absolutamente essencial para a manutenção da saúde mental.

Quando nos divertimos, existem repercussões químicas no corpo que contribuem para o nosso bem-estar, nosso humor, nossa disposição e nossa produtividade, inclusive o quanto rendemos no trabalho, longe da diversão. Por isso não é recomendado eliminar totalmente nossas opções de entretenimento. É possível manter esses investimentos, bastando adotar algumas poucas mudanças de comportamento na forma como consumimos esses produtos e serviços. Vamos listar aqui algumas atitudes econômicas direcionadas a alguns dos principais meios de entretenimento atuais.

Cinema

Você certamente já observou como, ao final de uma sessão de cinema, baldes de pipoca consumidos parcialmente estão espalhados pelos assentos e abandonados nas lixeiras. A pequena diferença de preço entre os diferentes tamanhos de baldes estimula o público a comprar sempre os baldes maiores.

Porém, se o balde maior tem uma quantidade de pipoca maior do que você é capaz de consumir confortavelmente, você poderia ter economizado um pouco ao comprar um balde menor, e ainda evitaria o desperdício.

Um outro aspecto do cinema que permite economizar é a variedade de acessórios da experiência: o tipo de poltrona, a exibição 3D, o sistema de som avançado. Assistir ao filme em poltrona normal, numa exibição plana e com o sistema de som regular é praticamente tão divertido quanto assistir ao filme com todos esses incrementos opcionais. Ignorar os acessórios pode permitir a manutenção daquela sessão quinzenal que você adora, com um custo bem menor.

Jogos eletrônicos

Jogos são investimentos de entretenimento consideráveis, e por isso tendem a ser eliminados de forma bastante imediata em tempos de vacas magras. Com um pouco de atenção e pesquisa, entretanto, é possível reduzir os valores investidos sem reduzir em nada a diversão proporcionada.

Primeiramente, é preciso escolher jogos com base na longevidade da experiência: há jogos cuja campanha dura em média 10 horas, enquanto há outros cuja campanha dura em média 50. Selecionando jogos com maior longevidade, a frequência com que sentimos a necessidade de investir em novos jogos se torna menor. Vai levar mais tempo para que você se sinta entediado com o jogo, mais tempo para que você explore todo seu conteúdo e queira comprar um novo.

Jogos que aceitam vários jogadores também são ótimas opções nesse sentido, pois a interação, tanto local quanto online, torna a experiência sempre diferente, aumentando bastante as horas de diversão com um único jogo. Além disso, a escalada de habilidade dos jogadores mantém o nível de competitividade interessante mesmo após dezenas de horas de jogo. Você melhora, os adversários melhoram para superar você, você melhora ainda mais, e assim por diante.

Serviços de streaming de vídeo

Serviços, como Netflix, Disney+, Amazon Prime Video, entre outros, são alvos de investimento bastante vantajosos, pois possibilitam consumo ilimitado de produções cinematográficas e televisivas por custo fixo, relativamente baixo. Pelo preço de um ou dois ingressos de cinema por mês, temos à nossa disposição quantidades enormes de filmes, documentários, seriados e programas, para assistirmos em qualquer dispositivo conectado à internet.

Entretanto, é preciso sempre estar atento a esse custo-benefício, que a princípio pode parecer excelente mas, a médio e longo prazo, pode vir a se tornar, na realidade, muito ruim. É comum iniciarmos a assinatura de um desses serviços estimulados por uma ou duas séries exclusivas que oferecem e também pelo período inicial gratuito, acumulando um conjunto de assinaturas no cartão de crédito, mas nos esquecermos de rever o custo-benefício delas quando já assistimos o que nos interessava no catálogo.

É possível economizar uma boa quantia por mês ao cancelar os serviços que não mais interessam. Se após um mês inteiro um certo serviço não foi usado durante mais que uma ou duas horas, é hora de cancelar a assinatura em favor daquela ou daquelas que ainda estão sendo bem consumidas.

Aplicativos

Com a alta acessibilidade dos smartphones e das plataformas de desenvolvimento de aplicativos para esses dispositivos, podemos encontrar hoje uma quantidade enorme de apps para diversos propósitos relacionados ao entretenimento, como música, desenho e escrita.

Para alcançar economia com aplicativos de música, é interessante verificar se sua operadora de telefonia celular oferece algum plano, algum pacote de serviços que inclui um aplicativo do tipo. Obter o acesso premium por meio de um pacote sai bem mais em conta do que pagar a assinatura de forma avulsa.

Para a maioria dos outros propósitos existem aplicativos gratuitos que, inclusive, superam seus correspondentes pagos em muitos aspectos. Antes de investir na compra de um app para qualquer fim, é importante pesquisar, em meio aos produtos gratuitos, se algum atende suas necessidades, uma vez que é bastante provável que você encontre exatamente o que precisa, sem ter que desembolsar nada.

Apertar sem sufocar

É justamente nos momentos financeiramente difíceis, que se faz necessário manter nossa disposição e ânimo para a realização de todas as nossas atividades, e para isso é importante mantermos algum nível de investimento em entretenimento.

Portanto, quando surgir a necessidade de conter os gastos, siga essas dicas valiosas para garantir a diversão e ainda ser capaz de poupar. Se elas não contemplarem as suas formas favoritas de entretenimento, siga os princípios que elas indicam para encontrar suas próprias formas de economizar. Apenas não deixe de se divertir!