Você sabia que a alta dos preços impacta diretamente na vida do investidor? Afinal de contas, quando os produtos ficam caros, o dinheiro passa a ter um valor menor e o poder de compra diminui. Então, para evitar esse tipo de situação, a saída é realizar investimentos atrelados à inflação.

Imagine que você quer comprar um tênis que custa R$ 200,00. Entretanto, ao invés de adquiri-lo você decide investir essa quantia durante 6 meses. Após esse período, você tem um rendimento de 10% e o dinheiro se transformou em R$ 220,00. Então, quando você retorna para comprar o tênis, percebe que ele custa agora R$ 250,00, ou seja, ele aumentou R$ 50,00 em razão da inflação e você não tem esse dinheiro, pois investiu em uma aplicação que rende abaixo da inflação.

Portanto, fica fácil perceber a importância de apostar em investimentos atrelados à inflação, não é mesmo? Dessa maneira, você não perde o seu poder de compra. Logo, é fundamental buscar por aplicações que rendam acima do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que é o principal indicador do aumento de preços do Brasil. Sendo assim, confira abaixo 4 opções que rendem acima desse índice!

1 – Tesouro IPCA +

O tesouro IPCA + é um título público ofertado pelo Tesouro Direto, assim é um dos investimentos mais seguros hoje, pois, na prática, você está emprestando dinheiro para o governo. A remuneração desta aplicação é híbrida, o que significa que o retorno pode acontecer de duas formas:

  • Pré-fixado – definida antes mesmo do investimento acontecer;
  • Pós-fixado – acompanha a porcentagem de algum indexador. Neste caso, o IPCA é o indexador.

O Tesouro IPCA + 2026, por exemplo, oferta IPCA + 4,53% como rendimento por ano. Logo, o seu investimento terá um crescimento, de maneira fixa, de 4,53% ao ano. E, além disso, ainda existirá a remuneração variável que vai acompanhar a porcentagem do IPCA.

Ainda há dois modos de receber a rentabilidade do Tesouro IPCA+, que pode acontecer no dia do vencimento do título ou semestralmente. Esta última é recomendada para aqueles investidores que buscam uma renda extra, por exemplo.

2 – Fundos de Renda Fixa

Os fundos de renda fixa também são investimentos atrelados à inflação que possibilitam que você não perca o poder de compra. Basicamente, eles consistem em uma modalidade em que a cesta é constituída especificamente por ativos da renda fixa, para garantir a segurança e diversificação.

Dessa maneira, o funcionamento é simples: o investidor faz a compra de uma cota e o gestor de investimento pega o capital e realiza as aplicações de acordo com a política do fundo. Então, posteriormente, a rentabilidade é distribuída entre os cotistas e são divulgados, mensalmente, relatórios que mostram o desempenho alcançado.

Em suma, esse é um investimento interessante porque existe um índice de referência, chamado de benchmark, para que seja possível medir se a aplicação está tendo uma boa performance ou não. Geralmente, este benchmark é o IPCA ou CDI.

3 – Debêntures

As debêntures também são produtos da renda fixa e consistem em títulos emitidos pelas empresas privadas com o intuito de financiar projetos, realizar o pagamento de dívidas ou aumentar o capital. Portanto, em troca desse investimento, que funciona como um “empréstimo” para as instituições, você recebe os juros.

Estes ativos estão chamando atenção por, normalmente, ofertarem uma rentabilidade maior que os demais papéis da renda fixa. Entretanto, é necessário lembrar da regra do mundo dos investimentos: quanto maior são os ganhos de uma aplicação, maior também são os riscos.

Sobre a rentabilidade das debêntures, elas mudam de acordo com as preferências das empresas, podendo ser pré-fixada, pós-fixada ou até mesmo híbrida. Geralmente elas são híbridas e assim têm uma parte fixa e outra relacionada um indexador, como o IPCA, por exemplo.

4 – CRI e CRA

Por fim, um dos investimentos atrelados à inflação e que protege o seu dinheiro são CRIs e CRAs, que se tratam de certificados de recebíveis, do setor imobiliário e do agronegócio, respectivamente. Também são produtos da renda fixa, emitidos pelas securitizadoras, empresas que compram e transformam em títulos os débitos de consumidores de outras empresas.

Então, com relação à rentabilidade desses certificados, eles são pré ou pós-fixados, estando atrelados à taxa Selic, ao CDI ou até mesmo à inflação, IPCA. Neste último caso, por exemplo, a rentabilidade é mista, assim como ocorre no Tesouro IPCA+.

O valor mínimo para aplicar nestes papéis varia entre R$ 5 mil a R$ 20 mil, mas você encontra títulos mais em conta, com custo de R$ 1 mil, por exemplo.

Conclusão

Fazer investimentos atrelados à inflação é muito importante para que você não perca o seu poder de compra. No entanto, o segredo para ter uma boa rentabilidade é sempre apostar na diversificação das aplicações financeiras, assim você consegue se proteger da melhor maneira.