Conforme pesquisa realizada pela Nasa, pela Duke University e pela Columbia University, dos Estados Unidos, a melhora na qualidade do ar pode melhorar a qualidade de vida da sociedade, bem como ajudar na redução de perdas econômicas. A melhor forma de se aumentar a qualidade do ar, afirma-se, é com a redução da emissão de gases, principalmente aqueles resultantes da queima de combustíveis fósseis (como os resultantes do petróleo e do carvão natural).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) também realizou pesquisa que apontou que a redução da emissão de poluentes resultantes da queima de combustíveis fósseis, pelos próximos 50 anos, poderá cumprir a meta – fixada no Acordo de Paris – de deixar o aquecimento global a menos de 2ºC. Esta redução no aquecimento global, por sua vez, poderia evitar 4,5 milhões de mortes prematuras que seriam resultantes de problemas respiratórios.

 

Preocupação Global dos Países

Diante destes dados sobre o aquecimento global, os países têm se reunido para discutir sobre a participação de cada um na proteção do meio-ambiente. Como a economia global se porta muitas vezes como uma concorrência entre nações, e a queima de combustíveis fósseis é a principal maneira como a indústria gera energia, o maior impasse sempre acaba sendo quanto cada um dos países irá diminuir de sua produção para evitar o aquecimento global.

Os países chegaram a firmar um acordo para a redução das emissões de gases que provocam o aquecimento global. O esboço do acordo ocorreu em uma Convenção do Clima, ocorrida na França no ano de 2015. Por isso, o acordo ficou conhecido como Acordo de Paris. A assinatura do acordo pelos países aconteceu um ano depois, em Nova Iorque.

O Brasil e o Acordo de Paris

A maioria dos países é signatário do Acordo de Paris. O único não signatário é o Vaticano. 

Por sua vez, os Estados Unidos se retiraram do acordo um ano após o compromisso ser firmado – em 1° de junho de 2017. Mas com a mudança de governo, o país voltou a ser signatário do Acordo em 20 de janeiro de 2021.

Já o Brasil ameaçou se retirar do acordo. Era uma promessa de campanha do atual presidente do país, eleito para assumir a presidência em 2018. Depois de eleito, porém, o presidente desistiu da ideia, ao sofrer pressão política.

 

Preocupação do Mercado no Brasil

Aqui no financentro.com já anunciamos como o mercado tem buscado alternativas aos combustíveis fósseis dentro da natureza.

Tratam-se de fenômenos econômicos chamados de Bioeconomia e Bioinovação, que visam aliar a sustentabilidade e a inovação. Lá, já apresentamos como o Brasil, por possuir 20% de toda a biodiversidade preservada no mundo, é colocado como vanguarda nessa área da economia. Você pode ler mais sobre isso nesta postagem.

Também já demos a notícia de que a Comissão de Valores Mobiliários (que regula mercados como o das ações e dos fundos de investimento) exigirá que, a partir de 2023, as empresas comuniquem como estão agindo nas questões de meio ambiente, sociais e de governança. Você pode entender melhor sobre isso nesta notícia.

A Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) divulgou o “Retrato da Sustentabilidade no Mercado de Capitais”. A pesquisa está disponível em seu site.

Esta pesquisa entrevistou mais de 900 instituições de mercado, entre bancos, gestoras de recursos de terceiros, corretoras, distribuidoras de títulos e valores monetários, dentre outras.

A pesquisa trouxe que 86% dos agentes do mercado financeiro que participaram da pesquisa dizem que o tema da sustentabilidade é relevante. Deram nota de relevância em 7 e 10 pontos para o tema. As entidades entrevistadas apontaram, ainda, que o tema da sustentabilidade passou a ser mais relevante nos últimos 12 meses (durante a pandemia de covid-19) e que deve se tornar ainda mais importante para os próximos 12 meses.

 

Há dúvida, porém, sobre o que é sustentabilidade

Já comentamos aqui no site que a sustentabilidade deve levar em consideração três valores: a governança, o setor social e o meio ambiente. Estes valores são conhecidos como ESG (em inglês), e ASG (em português). Para entender mais sobre os termos você pode reler nossa matéria deste link.

Na pesquisa realizada pela ANBIMA levantou-se, no entanto, que há muitas dúvidas entre os agentes do mercado financeiro sobre em que setor se encontrariam as ASGs. Para 44% dos entrevistados, a sustentabilidade seria de responsabilidade dos setores de Compliance e de Risco.

 

Perfis das instituições no tema da sustentabilidade

O Retrato da ANBIMA apontou que há graus de maturidade diferentes quanto ao engajamento em sustentabilidade das empresas entrevistadas.

Entre os engajados estariam apenas 6,8% das instituições. Entre os emergentes, um grau abaixo na atenção à sustentabilidade, estaria 21,5%; e entre os iniciados, 32,1%. Já nos dois menores graus, estariam os distantes, maior número (35,5%), e os desconfiados, o menor número entre todos os perfis (4,2%).

 

Conclusão

A Associação apresenta uma conclusão de que “O mercado de capitais brasileiro está em uma fase de transição. Em graus muito distintos, a sustentabilidade vem entrando para a pauta das empresas. A pandemia de covid-19 pode ter acelerado o processo, mas nada voltará a ser como antes.

Realmente os números levantados pela ANBIMA e as notícias que vêm de outros países e dos mercados, apontam uma preocupação das empresas com a sustentabilidade. 

Esta preocupação parece estar mitigada quando se confunde que a proteção com o meio ambiente se trata de algo ligado ao politicamente correto, ou com uma ideia de que se trata de uma agenda do comunismo (um monstro invisível) ou de países que querem frear o crescimento do Brasil.  

Porém, os números vêm demonstrando que, dentro daqueles que agem na economia do pais, estas ideologias não se sustentam.