Há quase um mês postamos aqui no financentro.com uma matéria sobre os custos que as empresas desembolsam ou que irão desembolsar para participar do Big Brother Brasil. Conforme a matéria, as maiores patrocinadoras – Lojas Americanas, Avon e PicPay – desembolsaram, cada uma, R$ 91,9 milhões para serem patrocinadoras master (Big – o nome dado ao pacote de mídia) do evento. Para saber mais sobre o assunto o link da matéria completa está aqui.
O BBB é apontado, por conta das enormes cifras que são gastas como cotas de patrocínio, como o Super Bowl brasileiro. Não é por menos. O Super Bowl sempre foi conhecido como o evento cujos intervalos são os mais caros da televisão norte-americana.
Na postagem de hoje vamos falar mais sobre o evento e toda a economia que o cerca.
Super Bowl
O futebol americano profissional se organiza em uma única liga, a NFL – National Football League. Mas nem sempre foi assim. Inicialmente existiam diversas ligas, união de times. As duas principais destas ligas – a NFL e a AFL (American Football League) – se fundiram para criar a liga única, que hoje é chamada de NFL.
Os times que eram da antiga NFL, em sua maioria, formam a NFC – National Football Conference; os que eram da AFL, formaram a AFC – American Football Conference. Eles jogam em grupos dentro destas Conferências, em uma regra de sequência de jogos bem confusa. Os melhores de cada grupo passam para a outra fase – a chamada pós-temporada, ou Playoffs. Assim, na fase de mata-mata, separados por conferências, há o vencedor de cada uma dessas conferências. A final entre os vencedores de cada uma dessas conferências é chamada de Super Bowl.
A fusão das ligas NFL e AFL começou a ser acordada em 1966. Por isso, o primeiro Super Bowl foi disputado em 1967 – vencido pelo Green Bay Packers. Este é o clube que tem a maior torcida dentro do Brasil
Maior evento esportivo entre clubes do planeta
Foi a fusão das ligas, em 1966-67, que fez com que o esporte passasse a ser tão popular nos Estados Unidos – popularidade que vem se espalhando por outros países, inclusive o Brasil.
Nos Estados Unidos, a audiência dos quatro jogos das semifinais das Conferências (uma espécie de quartas de final do Superbowl), por exemplo, tive média de telespectadores de 37,1 milhões. É um valor 21% maior do que a audiência da mesma fase no ano anterior.
Já o próprio Super Bowl foi assistido, em média, por 112 milhões de pessoas. É um número maior de 15,9 milhões a mais de telespectadores do que no ano anterior, mas não superou a maior audiência da história do jogo – ocorrida em 2015, quando 115 milhões de pessoas assistiram o time de New England (que era comandado pelo Tom Brady, também conhecido como o marido da Gisele Bundchen) vencer o time de Seattle.
Quanto as empresas pagaram para anunciar nos intervalos do Super Bowl?
O evento esportivo é conhecido como o evento cuja propaganda nos intervalos é o mais caro do mundo, justamente pela enorme audiência que o evento tem dentro dos Estados Unidos – já vamos falar sobre como foi a audiência aqui no Brasil.
Por isso, não apenas o preço de mídia – o preço que as empresas pagam pelo espaço de tempo dentro do intervalo – é caro. Mas as empresas também investem em propagandas específicas para o passarem durante o evento. Assim, o custo de produção dos vídeos também costuma ser alto.
Para este ano, uma empresa que quisesse anunciar no Super Bowl pagou, apenas pelo espaço de tempo no intervalo, o valor de US$ 6,5 milhões – em reais, isso dá R$ 33,54, nesta quinta-feira (com o dólar a R$ 5,16). O valor do espaço, para este ano, foi 20% mais alto em relação à edição passada.
O esporte no Brasil
O interesse pelo esporte vem aumentando com o tempo no Brasil. O país possui até mesmo uma liga própria de clubes de futebol americano. Alguns clubes de futebol também possuem parcerias ou montaram seus próprios times de futebol americano.
Conforme pesquisa realizada pelo Ibope Repucom, em 2020 27 milhões de pessoas se declaram ser fãs da NFL no Brasil. Porém, este interesse não é replicado para os times locais – são 442 equipes federadas na liga nacional (a Confederação Brasileira de Futebol Americano – CBFA), e mais de 18 mil atletas praticantes.
Trata-se de um esporte amador, com ainda com dificuldade de receber investimentos de empresas.
Maior audiência da tevê paga
O Super Bowl que encerrou a temporada de futebol americano nos Estados Unidos foi realizado no último domingo (13/02), e terminou com a vitória do time da cidade de Los Angeles – Los Angeles Rams.
O time, ou franquia, mudou-se à pouco tempo para aquela cidade. Los Angeles – uma cidade conhecida por sua vocação para entretenimento e turismo – ficou um bom tempo sem um time local de futebol americano.
No Brasil, a audiência do Super Bowl atingiu 2 pontos pelo canal ESPN – do grupo Disney. A média foi de 1,5 pontos. Cada ponto de audiência equivale a 74.666 domicílios, isto é, em média, 205.755 pessoas assistindo. O canal, com essa marca, atingiu a maior audiência da TV paga durante a noite de domingo.
Já a transmissão em TV aberta, realizada pela RedeTV! depois de muito tempo sem que o futebol americano fosse transmitido de graça pela TV, atingiu a média de apenas 0,5 pontos de audiência.
Para efeitos de comparação, a audiência média da Rede Globo, no mesmo domingo, foi de 13 pontos. O Fantástico e o BBB, programas que passaram no mesmo horário que o Super Bowl, tiveram audiência de 19,3 pontos e 20,7 pontos, respectivamente.
